Dono de uma das maiores e mais apaixonadas torcidas do futebol paranaense, o Rio Branco de Paranaguá finalmente deu seus primeiros passos para a democracia. O fato teve início nas eleições dia 4 de novembro, quando mais torcedores que conselheiros compareceram ao local de votação.
Na pressão, parnanguaras desvinculados da política local conquistaram o direito a cinco das 20 cadeiras do conselho deliberativo do Leão da Estradinha. Pela primeira vez o povo de um Rio Branco quase centenário conquistava o direito de participar dos bastidores do clube - que por fatos desconhecidos só compartilhava informações entre pessoas "escolhidas a dedo".
No entanto, velhos vícios permanecem. O próprio prefeito da cidade, José Baka Filho, chegou a ser nomeado presidente de honra do Leão. Diversos nomes de segmentos políticos do litoral foram nomeados conselheiros e outra questão inédita entrou em cena: a proposta de cobrar estimados R$5 mil mensais de cada conselheiro do clube.
Esse parece ser o preço que tentam cobrar pela democracia no Rio Branco. Uma reunião com “os conselheiros antigos remanescentes” deve ser realizada durante a semana. O presidente eleito do conselho deliberativo, Geraldo Taques, tentou dizer que ninguém ali foi colocado em xeque.
No entanto, todos sabemos: os populares torcedores, que amam o clube e estão dispostos a doar o valioso tempo para conquistar um centenário digno, terão que encarar uma luta árdua. E principalmente invocar o espírito de leões da estradinha, para manter a democracia conquistada com essas cinco cadeiras do povo no conselho deliberativo do clube.
