"Ele é bem resolvido e eu também. Então não teve crise. Demos dois tapinhas nas costas. Perguntei: 'É isso que gente vai ter que fazer?'. Na ação a gente fez, mas barba espeta e não é legal. Os argentinos têm muita barba (risos). Beijo em rosto lisinho e pele de bebê como da Grazi é melhor", brinca ele. Já no longa "Não Se Pode Viver Sem Amor", de Jorge Durán, que deve chegar às telas até o fim do ano, Cauã vive João, um advogado fracassado que vai para o crime. "Agora só faço os desajustados", diverte-se.
O ator também falou sobre a volta as gravações de "Passione" como Danilo, viciado em crack. Na próxima terça-feira (16), Cauã retornará à novela, em uma cena que reproduz o ambiente de uma cracolândia. "Meu irmão mais novo, que mora em Santa Catarina, chorou várias vezes ao ver o Danilo sob efeito da droga. Tive que ligar e falar: 'Não sou eu, fica tranquilo'. Minha avó fica muito nervosa quando vê e uma das minhas tias não consegue assistir às minhas cenas", confessa.
Cauã, de tanto fazer esportes, desenvolveu uma lesão no quadril típica de atletas e precisou se afastar da trama por quase dois meses para curá-la. "Era viciado em endorfina (substância produzida pelo cérebro com a prática esportiva). Isso é até engraçado, porque durante o período em que vivo um viciado na TV e estudo sobre o assunto, tive que aprender a lidar com o afastamento do único vício que tinha, que era fazer esportes", conta o ator, que já foi lutador de jiu-jítsu, surfa, faz ioga, musculação e corre na areia.
Toda essa rotina está suspensa há sete semanas por conta do tratamento para curar o impacto femoroacetabular, que o fez operar e precisar de muletas para andar. O sumiço é justificável na trama, pois dependentes químicos na vida real se afastam de suas famílias.
Para dar veracidade ao drama do atleta viciado em crack, Cauã fez uma pesquisa paralela à que foi oferecida pela Globo. Devorou obras literárias e cinematográficas sobre o assunto e pesquisou dependentes in loco. "É o personagem mais complexo que já fiz. Primeiro, fui à Cracolândia, de São Paulo, dar uma olhada. Depois de ler e de ver, comecei a frequentar o Narcóticos Anônimos para entrar em contato, porque na Cracolândia, não tentei, fiquei só de voyeur", explica ele, que, na sequência, visitou clínicas de reabilitação. "Lá contei com a ajuda de gente que trabalhava na clínica e era ex-viciado. Esses me contaram suas trajetórias de vida com detalhes precisos", observa.

Para encarnar a fase "negra" de Danilo, Cauã também está sem fazer a barba e cortar as unhas."Minha mulher gosta de mim barbudo, diz que fiquei com cara de mais velho. E outras atrizes também me fizeram elogios", diz ele, referindo-se a Grazi Massafera. "Mesmo rolando essa campanha a favor, eu já teria cortado a barba. Está ficando quente, mas pelo personagem tudo bem", resigna-se o ator, sem visitar o barbeiro há um mês e meio. O período coincide com o afastamento forçado por conta da operação no quadril. De volta às gravações na última quinta-feira (11), ele ainda vai usar muletas por três semanas.
"Nessa folga, vi muito filme, li muito. Também dormi bem. E nas últimas semanas, meu sono acalmou. Estava tenso por conta da operação e, antes dela, só fiz cena difícil. Fiquei pilhado, e agora, volto relaxado, mesmo com o couro comendo", conta ele, feliz e superempolgado.
