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12 de dez. de 2010

Epidemia de cólera no Haiti começa a recuar, diz OMS

A epidemia de cólera que atinge o Haiti desde outubro está dando sinais de enfraquecimento. A afirmação é do porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Christian Lindmeier. Ele diz, contudo, que o fim da epidemia ainda está longe e que o país terá de conviver com a doença durante algum tempo.


Os últimos dados oficiais indicam que o cólera já matou 2.122 pessoas e infectou 93 mil. Lindmeier afirma que as estatísticas vêm indicando uma redução no número de casos registrados diariamente, mas que isso está acontecendo principalmente na capital haitiana, Porto Príncipe.


Organizações não governamentais alertam para o aumento dos casos na zona rural do país, como na cidade de Cabo Haitiano, ao Norte.


Lindmeier afirma que a situação do Haiti ainda é preocupante. “Nós notamos que a epidemia vem tendo uma velocidade menor do que a que esperávamos, entretanto, isso não significa que a situação está tranqüila. O Haiti ainda vai ter de conviver muito tempo com o cólera”, diz o porta-voz.


O brasileiro Sérgio Cabral, chefe do setor de pediatria da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF), concorda com Lindmeier.


Ele diz que, enquanto a epidemia está se estabilizando na capital, no interior do país há indicações de um leve aumento da doença.


“Estamos esperando um novo pico do cólera no Haiti. Provavelmente, não será tão intenso quanto foi o primeiro, mesmo assim, não podemos descuidar. Os novos casos deverão vir, o que temos de cuidar é para que a mortalidade não seja maior”, diz o médico.


Sérgio já esteve em zonas guerra como o Sudão, Afeganistão e o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Ele afirma que a pouca infraestrutura do país ajudou, de forma indireta, a não espalhar ainda mais a epidemia.


“Não há uma rede de abastecimento de água que possa levar a água contaminada a muitos lares. O que estamos fazendo é dando os primeiros socorros e tratando os casos mais graves, mas, sobretudo, orientado os pacientes e seus familiares a tomarem precauções para não se infectarem”, afirma o pediatra.


Cabral teme, porém, que a redução temporária dos casos dê a falsa impressão de que a epidemia está sob controle ou que isso afete a quantidade de doações.


“Nós vivemos de doações e precisamos muito delas. A doença ainda não está sob controle, apesar de estarmos conseguindo lidar com ela e reduzirmos a taxa de mortalidade. Uma epidemia de cólera pode chegar a ter 50% de mortalidade. Nos nossos campos, estamos tendo 1%. Mesmo assim, são pessoas que estão morrendo”, diz Cabral.


O surto de cólera também mudou a rotina dos militares que fazem parte da Missão das Nações Unidas de Estabilização do Haiti (Minustah). Para entrar nos quartéis, agora é preciso pisar em caixas de esponja molhadas com uma mistura de água e cloro. Além disso, em cada entrada, há frascos com álcool gel para esterilizar as mãos.




Noticias de Agora - 12/12/2010