LUIZA SOUTO
DO RIO
Os tanques blindados da Marinha, modelo M113, chegaram à Vila Cruzeiro (zona norte do Rio), onde a polícia faz uma operação com o objetivo de coibir os ataques e incêndios de veículos registrados em diferentes pontos do Estado desde o último domingo (21).DO RIO
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Entenda a onda de ataques no Rio
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Esta é a primeira vez que a Polícia Militar do Estado usa esses tanques.Os veículos vão ajudar a atravessar bloqueios feitos por traficantes nos os principais acessos à favela. Em cada um deles cabem 12 homens. A operação na Vila Cruzeiro conta com 150 homens do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais, da PM).
Mais cedo, os criminosos usavam seis caminhões roubados, um guincho e um caminhão de tijolos para bloquear os acessos e ameaçavam queimar os veículos.
Três carros do batalhão e dois caminhões dos Fuzileiros Navais que levavam homens do Bope e policiais militares passaram pelo bloqueio da PM na avenida Brás de Pinha, em direção à favela.
Na quarta-feira (24), o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), pediu apoio à Marinha brasileira para conter a onda de ataques que ocorrem no Estado. Em entrevista ao 'Jornal Nacional', da TV Globo, na noite desta quarta-feira, o político disse que recebeu um fax do ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantindo apoio logístico.
O governador sustenta que a Marinha não vai atuar diretamente no combate às ações violentas no Rio. 'Não é apoio de efetivo. A Marinha não irá se envolver. Irá ceder esses equipamentos para a operação da Polícia Militar.'
ENTENDA OS ATAQUES
Desde o fim de semana o Rio vem sofrendo uma série de ataques criminosos. O balanço geral até agora é de 27 mortos e 46 veículos incendiados, contando com um ônibus queimado na manhã desta quinta. Nove incêndios aconteceram entre as 20h da noite de quarta-feira (24) e o início da madrugada de hoje.
Desde o fim de semana o Rio vem sofrendo uma série de ataques criminosos. O balanço geral até agora é de 27 mortos e 46 veículos incendiados, contando com um ônibus queimado na manhã desta quinta. Nove incêndios aconteceram entre as 20h da noite de quarta-feira (24) e o início da madrugada de hoje.
Na segunda-feira (22), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ligaram a série de ataques à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais.
Beltrame não descartou novos ataques de 'traficantes emburrados' e afirmou que o Rio não mudará a política de segurança pública.
Para o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, a onda de arrastões e de veículos incendiados na cidade é uma ação orquestrada por uma única facção criminosa com objetivo de causar medo na população e de desacreditar a política de segurança pública do Estado. Ele não citou o nome, mas se referia ao Comando Vermelho.
Para tentar conter a articulação de líderes de facções criminosas, Beltrame pediu na terça-feira ao Tribunal de Justiça a transferência de pelo menos oito presos para presídios federais.
Uma investigação da polícia do Rio aponta também para uma articulação entre traficantes de duas facções criminosas para uma eventual mega-ação de confronto para o próximo sábado, dia 27.
Nas conversas entre traficantes interceptadas pela polícia aparecem sugestões de atirar contra as sedes dos governos estadual e municipal e lançar explosivos em áreas de grande aglomeração, como shopping centers na zona sul e pontos de ônibus.
O policiamento nas ruas foi reforçado, com os agentes colocados em estado de alerta, e operações foram deflagradas para impedir que o confronto se materialize.
Foi ventilado por integrantes das facções criminosas o planejamento de ações para atingir diretamente familiares do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
Noticias de Agora - 25/11/2010