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19 de nov. de 2010

Mulher de Ellen DeGeneres revela batalha com a anorexia que quase a matou

Portia de Rossi tinha acabado de voar de Los Angeles, nos Estados Unidos, para Melbourne, na Austrália. Um voo de quase treze horas. Estava cansada, até porque havia recusado todas as refeições que foram oferecidas durante a viagem. Era preciso manter a dieta de menos de 500 calorias por dia. Afinal, alcançar a estupenda marca de 40 quilos havia exigido enorme esforço. E ela não queria perder tudo o que havia conquistado.

Pensando em não ganhar nenhuma grama a mais, teve uma grande ideia. Já que havia ficado muitas horas presa naquele avião sem poder se exercitar, por que não correr até a área da Imigração? Por que andar vagarosa e preguiçosamente pelos corredores do aeroporto se era perfeitamente possível correr e queimar calorias? E assim, com a mala de mão nas costas, saiu correndo, para perplexidade de todos.


Portia de Rossi, 37, ficou conhecida quando, em 1998, já morando em Los Angeles, conseguiu fazer parte do seriado mais badalado da época: Ally McBeal. Portia era Nell Porter, a advogada sexy do bizarro escritório de advocacia. Com a fama, a anorexia que havia se manifestado na adolescência ganhou força.

Portia é também conhecida por ser a mulher de Ellen DeGeneres, com quem se casou em 2008, durante o breve período de tempo em que a união civil entre pessoas do mesmo sexo foi legal na Califórnia (entre junho e novembro de 2008).

É para Ellen, aliás, que ela dedica o livro que acaba de lançar nos Estados Unidos: “Unbearable Lightness: a Story of Loss and Gain”. Ou, em tradução livre, “Insustentável Leveza: uma história de Perdas e Ganhos”, ainda sem previsão de lançamento aqui.

“Para Ellen, por me mostrar o que beleza é”, escreve logo no começo.
Mas a história de sua homossexualidade, assim como a do relacionamento com Ellen, que começou quando ela já estava em processo de cura da anorexia, ficam em segundo plano no livro. O que Portia quer mesmo dizer é como sobreviveu à doença que chegou a fazer com que ela pesasse 37 quilos.

Para contar essa história, ela não nos poupa de detalhes chocantes. A paranóia do exercício, que chegou a fazer com que ela saísse correndo, de salto, dentro do estacionamento de um shopping center porque tinha acabado de comer alguns chicletes a mais.

Conta o sonho que teve e que a fez acordar em sobressalto. Estava em um bar e pediu uma Diet Coke, mas, quando deu um gole, notou que era Coca Cola normal. Ao perceber que havia ingerido açúcar, deu um grito e levantou suando.

Conta, passo a passo e dia a dia, o que fez para chegar aos 37 quilos e, ainda assim, ao se olhar no espelho, enxergar apenas uma gordura extra na altura da cintura. De como se forçava a vomitar a comida depois de um obrigatório jantar social. De como passou a substituir uma refeição por uma taça de vinho. De como chegou a ter dores insuportáveis nas articulações que já não conseguiam mais sustentar quase sozinhas seu peso. E de como recebeu o telefonema do médico, depois de ter um colapso em público, com a notícia de que ela estava perto da morte.

Quando o médico telefonou, Portia estava em seu camarim nos estúdios onde era gravado o seriado Ally McBeal, com seus 37 quilos correndo na esteira durante a hora de almoço.

Fala da subliminar mas enorme pressão para que artistas femininas sejam muito magras, da silenciosa competição da balança que existe no meio e de como, aos 12 anos, entendeu que teria que comer pouco e malhar muito para ter uma carreira.

Portia conheceu Ellen justamente na fase em que tinha começado o tratamento. Seu peso havia saltado de 37 quilos para 73 quilos. O relacionamento demorou para acontecer, com alguns desencontros iniciais, mas foi com Ellen que Portia assumiu a homossexualidade, coisa que ela diz que jamais seria capaz de fazer.

Antes e depois: Portia em 1998 e em 2001 

O medo de ser chamada de lésbica era tão grande que fazia com que ela sequer passasse perto das áreas gays de Los Angeles. Durante anos, viveu com a certeza de que revelar a orientação sexual seria abandonar a carreira. Era preciso se esconder e não falar sobre isso.
A respeito disso, há no livro um episódio engraçado em relação a Ellen muito antes de elas se conhecerem. Portia diz a mãe, para quem ela já havia contado que era gay, que está saindo com uma menina. A mãe fica preocupada com o fato de a informação poder vir a público e prejudicar sua carreira que estava começando. E Portia, para acalmar a mãe, diz: “Relaxa, pior seria se eu estivesse saindo com a Ellen DeGeneres”.

Famosas - 19/11/2010